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Quem somos nós.

Meros mortais, um grupo de 8 pessoas que n se conhecem; ou se conhecem; não sei!
Que decidimos em conjunto; ou não a escrever sobre pecados.

No final de cada ciclo, sorteamos o proximo pecado que cada um defenderá, a idéia é cada autor escrever sobre cada pecado, e assim, finalizando um total de 64 posts, 8 visões sobre 8 vícios.

Sejam bem vindos!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Sem Ira o mundo pára…

Alegria, alegria, a Ira chegou. Este é o pecado que arrasa quarteirões, vidas, pessoas, relações. Abram alas para a emoção pecadora que destrói - e, no reverso, também pode construir.

No Blosque, a Nospheratt já fez um post sobre os pecados capitais dos blogueiros.

“A ira é facilmente identificável: o blogueiro irado destila veneno e indignação, é mal-educado e cheio de palavras grosseiras. Sua raiva é tão grande que quase é possível ouvir seus gritos histéricos.”

A fonte de toda maldade?

Na Wikipedia, uma explicação bem rasinha: um sentimento irracional. HÁ! Tem sentimento racional? Qual é? Este tipo de bobagem definitivamente me deixa IRADA.

Vamos de Lady Killer e vou tentar fazer bem detalhadinho. Os caminhos variam, mas o genérico é mais ou menos assim:

Tudo começa na expectativa, a mãe da decepção… e nem sempre o que lhe cabe no latifúndio do alheio é o que há de melhor. Decepcionou? E vem a frustração. O que você merecia arde lá dentro, faz nascer a árvore da falta. Eu merecia (consideração, carinho, afeto, atenção). Entranhas gritam, se exaltam, conversam com os músculos. O olhar deixa de ser panorâmico e ganha foco. Se você não se manejar bem, vai explodir.

Lá vem a Ira nascendo quente, vermelha. Ela convoca punhos fechados, músculos agressivos. Seu objetivo: atingir, machucar, detonar. Física, verbal e emocionalmente esta é a sua função: ataque!

Foi ela quem apareceu quando a pesquisadora do Ibope interrompe o meu artigo para falar da “revitalização” do São Francisco. Projetão do Fernando Henrique, devidamente encampado pelo Lula… Sabe no que vai dar? Roubalheira. E lá vem a ira… antes mesmo de ouvir a pergunta: a resposta já está pronta. Se você é contra, vai contra. Com força, com crença, sem ver mais nada. A ira afunila o olhar, te dá um espaço pequeno para bater. É ali! E a gente sabe: neste caso específico, é tudo puro marketing. Porque se os caras quisessem mesmo, já tinham resolvido esta questão da seca há muito, muito, muito tempo. Eu testemunhei o deserto israelense verde e florido - e o lado palestino tostado e seco. Tudo é questão de vontade, sabemos. E a tecnologia já está disponível desde os anos 70. Ninguém fez - nem fará - porque o ideal é que o Nordeste continue pobre, um grande curral eleitoral para Renans, Collors, Silvas e outros tantos…

Contenha-se. Use a emoção a seu favor

O alerta da definição da Nospheratt aparece no limiar do foco fechado: seja bem-educadinha, Lady Killer. Sim, porque adultos conseguem manejar a ira e atingir alvos maiores, mais produtivos. Você pode usar a Ira que a pesquisadora produz para escrever. Pode usar o abandono daquele pai desligado para conhecer melhor o seu caminho.

A ira é feia, suja e malvada. O quarto pecado capital, feminino, quer dizer cólera; zanga; indignação; raiva; desejo de vingança.

Viu porque fiquei irada com o projeto do Rio São Francisco? Pura indignação. A gente tem cinco séculos de história para saber o que vai acontecer. Podem dizer o que quiserem: eles vão sumir com a grana, o povo do Nordeste vai continuar sofrendo e ainda por cima vão “matar” o rio, dividindo-o em dois…

Taí um pecado justo - nasce de injustiça, seja ela verdadeira ou imaginária. Por isso é o meu pecado preferido: é aquele que permite vingar, dar o troco, criar outra coisa por cima de algo nefasto.

Para fazer isso, aliás, é preciso ter manejo de si. Porque se você deixar a ira simplesmente explodir, perdeu o jogo de primeira. Use o conselho do Tao Te King:

Todas as armas são instrumentos do mal, não sendo em absoluto, instrumentos do sábio príncipe. Ele as usa somente quando premido pela necessidade. A calma e o repouso são o que ele valoriza; a vitória pela força das armas lhe é indesejável.

Considerá-la necessária é sinal de que o homem tem prazer com a matança de outros homens, e aquele que se compraz com tal matança não poderá dirigir um império.

Quando quisermos enfraquecer alguém, devemos primeiro fortificá-lo. Se pretendermos derrotá-lo, devemos primeiro elevá-lo. Se tencionarmos despojá-lo, devemos primeiro dar-lhe presentes. Este é o chamado sutil discernimento.

Assim, os submissos e os fracos conquistarão os duros e fortes.

Siga o conselho. E use a ira para construir um mundo melhor.

8 comentários:

"Anjo de Má reputação"[...] disse...

[GULA]Talvez o pecado que mais me assusta. Assusta; porque tenho medo das conseqüências que este pode me trazer.
Seria realmente necessário conhecermos a Ira para que possamos ter alguma atitude?

O ódio, é uma arma para combater o que achamos injusto, ou somente uma váuvula de escape irracional para nossos problemas?

Essas questões, me faz refletir e concluir que, podemos nos dar bem sem termos que nos trucidar. A mente, o corpo, a alma.

A Ira, fere, mata, magoa.
Não creio que desejo isso, nem pra mim, nem para o meu "foco".

Mas, cá entre nós, nada melhor do que ESTRAGAR a cara de uma pessoa que merece.

Hhahahhahaha.

É galera.

hipocrisia seja deixada de lado, e deixamos crescer (quando necessário) o que nós animais temos por essência de mais pré-histórico.

Nosso Selvagem sentimento de Injustiça.

Que a justiça divina existe, eu não duvido, mas nada melhor a justiça feita pelas próprias mãos.

Augusto Molkov disse...

Gostei desse pacado, gosto de todos, provavelmente.

Mas me diz, você apontou a ira como caminho para algumas das virtudes cardeais, qual delas acha que antagoniza diretamente com a ira?

Lady disse...

preguiça, claro!

Augusto Molkov disse...

Virtude, não pecado.

Lady disse...

castidade?

Augusto Molkov disse...

Castidade é para Luxuria. Penso eu.

Blasé disse...

[LUXÚRIA]A Ira é um pecado que também me assusta bastante. Sou uma pessoa que raramente tenho explosões de raiva, de ódio, mas sou uma pessoa bastante vingativa. Sim, admito que muitas vezes me enveneno por dentro e sinto um prazer enorme ao ver se dar mal alguém que me fez algum mal. Justiça? Talvez...

Mesmo que muitas vezes acabe deixando de lado, sinto prazer ao planejar uma vingança. Nessas horas meu sangue frio me assusta muito. Sou capaz de sorrir e continuar a chamar de amigo alguém que muito me sacaneou. Se algum dia você me sacanear e eu brigar e gritar com você, te dar um soco e nunca mais olhar na sua cara, fique tranquilo. Mas se eu sorrir para você, continuar a te chamar de amigo e dizer que está tudo bem, tenha medo e desconfie... Mesmo que eu não vá fazer nada contra você de fato, saiba que estarei desejando com todas as forças para que você se dê mal, muito mal...

A minha sorte é que por mais que eu rumine essas coisas por muito tempo, um dia acabo cansando, esquecendo. Elimino o veneno do meu corpo e toco minha vida em paz. Pelo menos até a próxima... rs

Sinnerman disse...

Eu não fico assustado com a ira, e acho que a ira dependendo da situação pode ter justificativa. Por exemplo, dizem que sou avarento, e não tem coisa que me deixa mais irado do que ouvir aquilo que não sou, ou que alguém me queira rotúlar com algum adjetivo que me deixa magoado porque considero feio. Acho que avareza não é só apego excessivo ao dinheiro, é estreiteza de espírito, insignificância. O que mais me deixa irado é alguém não conseguir ter certa sensibilidade pra perceber o próximo, e não pensando no próximo tomar atitudes mesquinhas. Sendo assim a ira que para mim é o desprezo provocado por ofensa ou injustiça,talvez não seja um dos piores pecados. Todos pecam, todos iram, mas cometer maldade pra mim é desprezível e me deixa irado com vontade de me vingar, mas claro que eu me vingo com calma e elegância, afinal gente fina é gente fina. E ser compreensivo é a faculdade de perceber. Então acho bacana antes de sair dando pancada e xingando todo mundo simplesmente porque se irritou, é bom tentar ser um ser humano melhor e pensar no outro, tentar compreender e aprender, respeitar os defeitos que os outros têm que pode ser igual ou diferente do nosso.