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Quem somos nós.

Meros mortais, um grupo de 8 pessoas que n se conhecem; ou se conhecem; não sei!
Que decidimos em conjunto; ou não a escrever sobre pecados.

No final de cada ciclo, sorteamos o proximo pecado que cada um defenderá, a idéia é cada autor escrever sobre cada pecado, e assim, finalizando um total de 64 posts, 8 visões sobre 8 vícios.

Sejam bem vindos!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Let' s Talk About... PLEASURE!


"E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida

E o corpo inteiro como um furacão

Boca, nuca, mão e a tua mente não"

[Todo Amor Que Houver Nessa Vida - Cazuza]



Desperte os seus cinco sentidos e quantos mais você tiver, a Luxúria está entre nós para saciar todos eles.


Certamente é o pecado mais hedonista de todos, muitas vezes indo além das quatro paredes de um quarto e se manifestando em muitas outras formas de prazer. É o pecado que violenta os seus sentidos a fim de te levar às mais variadas formas de êxtase. Mexe com as suas fantasias, fraquezas e delírios mais íntimos. É o pecado que faz com que alguns encontrem o prazer até mesmo na dor.


Falando da luxúria em seu estado mais primitivo, eu diria que ela é o impulso básico que nos colocou aqui hoje. Conclusão óbvia, não?


Somos animais. Não vou entrar no mérito da racionalidade ou não- racionalidade, o fato é que somos animais e disso (ainda) não podemos escapar. Como bons animais que somos, continuamos a guardar em nossos corpos resquícios de uma época em que não podíamos contar com outra coisa para sobreviver em um mundo naturalmente hostil, além de nossos instintos. Então, se pensarmos por este viés, pode- se encarar a Luxúria como um mecanismo de sobrevivência. Mas - animais espertos que somos- descobrimos que este nosso instinto também é uma inexplicável fonte de prazeres. Mas, como disse anteriormente, esta é uma visão primitiva da Luxúria.


Com nossa suposta evolução (seja lá o que isso signifique), fomos desvendando a poderosa máquina que é nossos corpos, descobrindo todas as possibilidades e tirando o máximo proveito dos prazeres que nos foram revelados. Mas acontece que, de um momento para outro, se tornou um pecado grave entrar em contato e assumir nosso lado primitivo. Nossos instintos foram chamados de irracionais e aprendemos a negar o nosso lado animal.


Abarrotados de uma culpa judaica- cristã que nos é incutida silenciosamente desde o momento de nosso nascimento, a maioria de nós passa a vida tentando disfarçar a Luxúria que permanece latente. Inventamos sentimentos, nomes e justificativas. Tomemos como exemplo o amor: Perdoem-me a franqueza, mas ninguém faz amor. As pessoas transam, trepam, fodem... Chame como quiser, mas não me venham com essa de amor. Não, isto não é uma negativa da existência do amor, especialmente do amor- romântico. Acontece que esta é apenas mais uma expressão inventada para nos aliviar a culpa de nos deliciarmos com prazeres tão carnais, tão animalescos. Sendo o amor um sentimento dito tão sublime e refinado, tornar a Luxúria parte do amor a torna menos animal. Vamos aos fatos: Por mais que você ame alguém, ninguém desperta seu corpo simplesmente por amor. É preciso bem mais que juras de amor, que encontro de almas: É preciso encontro de corpos com todos os cheiros, visões, toques, gostos e sons que este encontro implica. Para que haja tal encontro, o amor e até mesmo a paixão são absolutamente dispensáveis, mas nem sempre a recíproca é verdadeira. Quantas lindas histórias de amor não viram seu fim chegar por falta de Luxúria?


A verdade é que simplesmente não conseguimos abdicar dos prazeres, sejam quais forem. Se não for pelo sexo, buscamos sentir o prazer em outras fontes. A Luxúria é inexorável. É o que faz com que alguns vivam alguns segundos no paraíso ou que outros acendam um cigarro no fim da noite para tentar prolongar a sensação de bem- estar.
Seja como for, todos estamos sempre em busca da petite mort que a Luxúria nos causa.

Eu sou a Luxúria, e o prazer todo seu...



*Imagem: O Jardim das Delícias - Hieronymus Bosch (1504)